"Vida
simples não consiste na mera posse de poucas coisas, mas na liberdade
da posse e não-posse, na indiferença pelas coisas que vem com a
compreensão profunda. Meramente renunciar às coisas a fim de alcançar
maior felicidade, maior alegria que é prometida, é buscar recompensa que
limita o pensamento e o impede de florescer e descobrir a realidade. Controlar pensamento-sentimento por uma recompensa maior, por um
resultado maior, é tornar isto insignificante, ignorante e sofrido.
A
simplicidade na vida chega com a riqueza interior, com liberdade
interior do anseio, com liberdade da ganância, da aquisição, da distracção. Desta vida simples vem essa necessária subtileza que não é
resultado da concentração fechada em si mesma, mas da consciência
ampliada e da compreensão meditativa.
Vida simples não é o resultado de
circunstâncias exteriores; o contentamento com o pequeno vem com as
riquezas da compreensão interior. Se você depende de circunstâncias para
estar satisfeito com a vida, você criará miséria e caos, pois você será
um brinquedo do meio ambiente, e só quando as circunstâncias são
transcendidas pela compreensão é que existe ordem e claridade.
Estar
constantemente consciente dos processos de aquisição, de adição, de distracção, traz liberdade deles e, assim, há uma vida simples e
verdadeira."